Escolas públicas atraem alunos da rede privada

A tentativa de migração, no entanto, se deve ao respeitado modelo de educação adotado na unidade. O diretor da escola, Alberto Machado, acredita que o aumento no número de matrículas é sinal de resgate ao ensino público e atribui o resultado positivo aos vários projetos desenvolvidos, organização e comprometimento com a comunidade.
"Tudo que fazemos aqui é com prazer. Nós chegamos a ter instantes dentro dessa escola que tínhamos que expulsar os alunos, no bom sentido. Aqui parecia que era o melhor lugar. O menino estudava de manhã, mas ele queria ficar à tarde, queria ficar à noite, queria passar a madrugada estudando, porque aqui ele se sentia bem", conta Alberto.

A escola tem recebido visitantes da educação para saber o que acontece na unidade. "Eu digo: não precisa não". Basta que cada um faça o seu papel e faça isso com engajamento. Seja professor, porque você quer ser professor e não porque lhe falta opção na vida. Seja gestor, porque você quer conduzir aquela escola proporcionando o melhor para o aluno e não porque você quer fugir de uma sala de aula. Seja sistema porque você tem ideias para contribuir e quebrar os paradigmas que forem necessários", desabafa.

Leonardo Rodrigues, 17, faz parte do time de estudantes que deixaram a rede particular para se matricular na pública. Ele está pleiteando uma vaga no Cemti e enumera seus motivos para a mudança. "Eu estudava no CPI e, esse ano, decidi procurar a rede pública. Conversei com colegas e escolhi a escola que achava mais bacana. Acho que tudo depende da estrutura física, dos professores e da biblioteca, que deve ter um bom acervo", comenta.

Já para Ana Rebeca, 14 anos, optar pela escola pública foi uma decisão tomada em acordo com toda família "Eu ouvi a vida toda que a educação pública é uma educação de péssima qualidade. Cresci ouvindo isso. Eu acredito na escola pública. Não é possível que não dê certo em um país tão lindo, tão cheio de diversidade cultural, tão rico. Não tem por que a educação não dar certo", afirma.

Felipe Lima, 13, foi mais um aluno que aprovou a novidade. "Quando você imagina escola pública, vem na tua cabeça um lugar todo caindo aos pedaços. É outra coisa quando você vê a escola. Aqui no Didácio é bem cuidada", finaliza.