O I Simpósio Internacional de Geografia Agrária realizado em João Pessoa, na Paraíba,  teve como um dos destaques a experiência do Programa Projovem Campo - Saberes da Terra, que está formando sua primeira turma de especialistas em educação do campo, no estado do Piauí.

O professor Juscelino Lima, que faz parte do quadro docente do projeto Projovem Campo- Saberes da Terra, é autor do artigo "Ensinando no Campo, Dialogando na Cidade:  Trajetória e Resultados em uma Formação Continuada no Estado do Piauí" e foi convidado a mostrar a experiência do Piauí, que é inédita nessa área, durante o Simpósio realizado no final de setembro, na Paraíba.

Segundo ele, o resultado desse trabalho tem reflexos que vão além da sala de aula, mas refletem, principalmente, nas políticas públicas voltadas para o município na área rural.

Através desse programa, a Secretaria de Educação e Cultura (Seduc), através do Centro de Referência em Formação dos Profissionais da Educação Antonino Freire, em parceria com o Ministério da Educação (MEC), está formando no próximo dia 11 de outubro, 207 especialistas, de 48 municípios do estado do Piauí.   

Um dos principais diferenciais desse programa é a aplicação prática nos respectivos municípios da teoria que os alunos receberam durante o curso. "Essa turma que está se formando é uma turma piloto que teve formação de um ano e meio. Mas a experiência deu tão certo que já iniciamos uma segunda turma em setembro", diz a coordenadora da Especialização Evana Araújo.

Para o aluno Joaquim Gonçalves Neto, do município de Alegrete do Piauí, que dia 11 também receberá o título de especialista, o curso rendeu bons frutos.  "Seja como professor na comunidade do município onde participo, seja como produtor,  também pude perceber que é por meio do diálogo científico que o homem é capaz de progredir e buscar soluções para seus problemas", diz.

Para os especialistas, o Projovem Campo - Saberes da Terra representa, sobretudo, a superação de um modelo de educação "importado" da educação urbana, o que demonstra alienação na forma de fazer educação. Visando contextualizar o aluno, a especialização foi dividida entre atividades acadêmicas, através dos Encontros de Formação e os Seminários Estaduais e atividades práticas voltadas para a realidade de cada município, através das Oficinas denominadas "Tempo Escola".