Secretário Washington Bandeira entrega equipamentos para escolas de Tempo Integral no Sul do Piauí |
90% dos intérpretes de Libras formados pelo Centro de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS) estão inseridos no mercado de trabalho
Com o propósito de garantir
uma comunicação mais inclusiva para os estudantes da Rede Regular de Ensino que
utilizam a Língua Brasileira de Sinais (Libras), o Centro de Capacitação de
Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS) já
formou 150 profissionais intérpretes de libras que atuam no Atendimento
Educacional Especializado (AEE) nas escolas da Rede Estadual de Educação e em
outras instituições.
Com 17 anos de história, o
centro é ligado à Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e trabalha na
capacitação de profissionais, na elaboração de metodologias de ensino e
materiais didáticos. Além disso, acompanha a atuação dos intérpretes nas
funções escolares. “Estima-se que 90% dos profissionais intérpretes de Libras
formados pelo CAS já atuam no mercado de trabalho, principalmente em
instituições de Ensino como o Instituto Federal do Piauí e a Universidade
Federal do Piauí”, comenta a diretora do centro, Rachel Pereira.
O Núcleo de Formação do centro
oferta 11 cursos. São eles: Iniciação em Libras, Libras Intermediário, Prática
de Libras, Libras Avançado, Libras/Português, Formação de Tradutor/Intérprete
de Libras, Formação de instrutores para Surdos, Libras no Contexto Artístico,
Escrita de Sinais, Libras Kids e Formação de Professores Bilíngues. O
público-alvo engloba surdos, familiares, professores das Redes Estadual,
Municipal e Privada e comunidade em geral.
Brunoro Rocha, um dos
professores que atuam no centro, é ex-aluno do CAS e atualmente leciona o curso
de Ensino de Libras para pais, mães, responsáveis e demais interessados na
língua de sinais. O objetivo do curso é facilitar a comunicação de pessoas que
convivem diariamente com pessoas surdas. Brunoro integra a comunidade de surdos,
participou dos cursos ofertados pelo Centro e se graduou pela Universidade
Federal do Piauí.
“Aqui no CAS eu tive esse
primeiro contato com as Libras e adquiri os conhecimentos da linguagem de
sinais. Foi algo especial, pois até então não conseguia me comunicar e passei a
me sentir incluído dentro da comunidade surda. Me sinto muito grato e feliz por
fazer parte da história do centro e ensinar as mães a se comunicarem melhor com
seus filhos”, comenta.
O profissional, que atua com a
tradução e interpretação da Libras, é requisitado em qualquer local onde a
comunicação para surdos seja necessária. Nesse sentido, é uma peça fundamental
em eventos, treinamentos, com destaque em instituições educacionais, como
creches, escolas de ensino fundamental e médio e universidades.
Atendimento multidisciplinar
para estudantes surdos
Além de formar intérpretes, o
Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas
com Surdez (CAS) atende atualmente 40 alunos, sendo 12 crianças, 28
adolescentes e adultos e possui 14 colaboradores surdos no Núcleo Pedagógico.
“A maior parte dos alunos atendidos no centro estuda na Rede Regular de Ensino,
com intérprete dentro da sala de aula, e no contraturno estão aqui duas vezes
por semana para reforçar o aprendizado da língua de sinais”, explica a diretora
Rachel Pereira.
O Núcleo possui uma equipe
pedagógica composta por professores surdos e ouvintes bilíngues. A proposta é
oferecer aos estudantes um atendimento pautado a partir de estratégias de
leitura e escrita que têm a língua de sinais como mediação de todo aprendizado.
Além dos professores, outros profissionais como fonoaudiólogos, psicólogos,
pedagogos, psicopedagogos e assistentes sociais fazem parte da equipe.
“A equipe multidisciplinar do
CAS é de suma importância, pois desempenha um papel fundamental na adaptação do
ambiente de aprendizado para atender às necessidades dos alunos surdos”,
esclarece Rachel.
Clara Yasmin Lima, de 14 anos,
é uma das estudantes surdas matriculadas no ensino bilíngue ofertado pelo CAS.
“Eu gosto muito do ensino de Libras, também gosto dos professores e de ter o
contato com outros colegas surdos como eu. Ainda estou pensando em qual
profissão quero seguir, mas ser professora ou intérprete de Libras está entre
as opções”, afirma.
A mãe da Clara Yasmin, dona
Jessileide Sousa Lima, assiste aulas de Libras com o professor Brunoro para se
comunicar melhor com a filha. Ela conta que a experiência tem sido muito
especial. “A nossa experiência aqui é muito satisfatória. Eu vejo que a Clara
Yasmin passou a se integrar melhor com os colegas, ela ama dançar e será no
futuro uma grande profissional. Ela é muito especial. Estou aprendendo a linguagem de sinais e faço
tudo pela minha filha”, finaliza.