Aprovados no vestibular do Ceti Raldir Bastos fazem carreata

Pela primeira vez com a experiência no Ensino Médio, o Ceti Professor Raldir Cavalcante Bastos conseguiu, até agora, mais de 70% de aprovação no vestibular. 

De uma única turma de terceiro ano com 37 alunos, 27 já passaram e ainda há chances de mais aprovações pela Universidade Aberta do Piauí e FIES. Em comemoração ao feito, alunos, professores e comunidade fizeram uma carreata hoje de manhã pelas ruas do Renascença e Dirceu em homenagem aos campeões aprovados no vestibular. Com foguetes e a tradicional música "Alô papai, alô mamãe" eles puseram a vitrola para tocar e com felicidade compartilharam com todos a alegria de passar no vestibular.



Diretor do Ceti desde 2004, Carlos Rodrigues, se orgulha do resultado. Foi um ano de muito trabalho, os estudantes participaram de todas as revisões do Pré-Enem Seduc, fizeram laboratório de redação todas as quintas-feiras no contraturno, receberam palestrantes motivacionais e foram acompanhados pedagogicamente pela equipe da escola. "O sentimento é de dever cumprido, alegria, dedicação de 20 anos voltados para educação pública", desabafa o professor com um sorriso largo no rosto e com uma nova missão: "próximo ano vamos garantir mais de 60 alunos passando no Enem, porque já são 90 matriculados na turma do 3º ano".



Desmitificando um estereótipo, o filho de uma faxineira e um pedreiro, Lucas Ferreira, 17 anos, foi o 1º lugar deste Ceti e o 1º lugar nas cotas para Educação Física na Universidade Estadual do Piauí (Uespi). "Estou muito feliz porque é o que sempre quis e sonhei. Agradeço principalmente à escola pelo ensino, investiram muito na gente. Quando estava chegando perto do Enem eles começaram a pegar muito no pé, incentivando mesmo, e isso foi bom", se emociona Lucas.



Andreyssa Patrícia é um exemplo de força e determinação. Aos 17 anos, a menina que mora apenas com a mãe, que trabalha durante todo o dia no comércio, deixou inúmeros concorrentes para trás e passou para Alimentos no Instituto Federal do Piauí (IFPI). "Meu Deus, não acredito que consegui passar. A minha mãe ficou muito feliz. São muitos concorrentes e eu consegui passar de primeira". A garota reconhece que sem o apoio da escola não conseguiria. "Os professores são bons, ensinam muito bem e o diretor ainda proporcionou o curso de redação por fora, melhorou muito o nosso desempenho".




Outros rostinhos felizes também fizeram parte do quadro de campeões do Ceti Raldir Cavalcante Bastos. João Antônio de Sousa é um dos mais novos. Com apenas 16 anos ele fez história na família ao ser o primeiro a passar na Universidade Federal do Piauí (UFPI). O futuro sociólogo já faz suas análises sociais em relação à visão pessimista sobre a escola pública: "desde sempre foi construída uma imagem de que a escola pública não presta, que era uma coisa sucateada, que não tem capacidade para passar aluno no vestibular e agora a gente vê tantos alunos passando pela primeira vez. Isso é coisa muito boa, porque a gente vê que a educação vai melhorar o aluno e vai dar uma nova oportunidade para ele".



Oportunidade essa também agarrada por Sinara Cavalcante e Isabela Silva, aprovadas pra Direito numa faculdade particular de Teresina com bolsas de 50%. "Direito é muito concorrido e estou muito feliz, é um sonho desde criança", fala Isabela Silva. Um sonho que foi alcançado com sucesso por muitos alunos. "A escola fez muitas palestras motivacionais e mostrou que somos capazes", completa Sinara Cavalcante.



A equipe de professores também está muito contente com o desempenho da escola como um todo e fez questão de participar da carreata da vitória. "É uma satisfação muito grande, porque é a nossa primeira experiência com o Ensino Médio. A proposta era levar o maior número de alunos à universidade e nós conseguimos, porque a média era de 16%, e até agora já conseguimos 70% de aprovação. Esta é a educação do Piauí, a que mais cresce e dá orgulho à nossa gente", disse a professora de artes, Rose Magalhães.