BNCC é tema de mesa de debates em Congresso


A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foi tema da segunda mesa de exposição e debates durante o II Congresso Internacional de Espanhol, que encerra nesta sexta-feira, 30, às 18 h, no auditório do Centro de Formação Antonino Freire. A mesa de babates foi conduzida pelos professores Omar Albornoz, que criticou a  extinção da Língua Espanhola da Base Nacional Comum Curricular(BNCC); a professora Vilma Silva Lages, que fez um comparativo entre os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e a BNCC, e as professoras Maria José Sales e Giselda da Costa que traçaram as principais mudanças implementadas a partir da Nova Base Comum Curricular.   

Para o professor Omar Albornoz, a exclusão da língua espanhola significa um retrocesso na proposta de educação brasileira. "Aqui no Piauí, por exemplo, a UESPI hoje tem 16 turmas e 5 especializações além de cursos à distância e do Parfor. Trata-se de um número significativo de alunos que exercem a profissão de professor de espanhol", pondera Albornoz.   

O palestrante destacou que essa lei foi construída sem ouvir o que os usuários e gestores do sistema público de educação pensam a respeito tanto em relação ao Espanhol quanto a outras disciplinas necessárias na formação do educando. "Não houve consulta ou regulação participativa da sociedade, nem foi considerado o impacto gerado  na realidade", critica Omar.

O professor explicou que a Lei 11.161/2005, que dispunha sobre o ensino de Língua Espanhola no currículo nacional foi revogada pela Lei 13.415/2017, que entre outras coisas altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96), estabelecendo as diretrizes e bases da educação nacional, tornando obrigatório o ensino de língua inglesa a partir do 6º ano além de tornar facultativo o ensino de Língua Espanhola no Ensino Médio. "A lei 11.161/2005 foi um avanço por apostar no plurilinguismo e pluriculturalismo. Nosso fio de esperança é um artigo que frisa que o currículo será composto por itinerários formativos a serem definidos localmente pelos sistemas de educação", avalia. 


Segundo Vilma Silva Lages, um aspecto positivo da BNCC é que ela detalhou as habilidades e competências que o aluno deve ter ao final do 9º ano. Sobre as semelhanças e diferenças entre BNCC e PCN a professora Vilma Lages, diz que a BNCC detalha mais o conteúdo, mas não diz o como fazer. "Outra inovação da BNCC é que ela traz a tecnologia digital, o letramento e texto multimodal", explica Vilma.

De acordo com a professora Maria José Sales, uma das críticas a BNCC, é quanto ao treinamento para as avaliações externas sem levar em conta as diferenças regionais. "Esse ano, por exemplo, é ano de IDEB então o que se percebe é que se treina os professores para  preparar os alunos para responder a avaliação externa sem levar em conta as diferenças regionais", explica.  

A programação continua até as 18 horas com oficinas, palestras e minicursos.