Antonino Freire realiza I Ciclo de Palestras das Relações Ético-raciais


O Centro de Formação dos Profissionais da Educação Antonino Freire iniciou nesta sexta-feira (12), o I Ciclo de Palestras das Relações Ético-raciais para o ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena. A iniciativa tem como proposta preparar o professor da área de ciências humanas para lidar  com o tema em sala de aula. 


Durante a palestra de abertura, a doutora Assunção de Maria Sousa e Silva, da Universidade Estadual do Piauí, fez uma análise da Lei 10.639/2003, que trata das Diretrizes Curriculares e a obrigatoriedade da inclusão do ensino de história e da cultura afro-brasileira, africana e indígena na educação básica. Ela fez uma contextualização de como o tema vem sendo trabalhado nas escolas e na sociedade como um todo.



Segundo a palestrante, Assunção Sousa, a educação é um instrumento essencial para promover uma mudança de olhar sobre a cultura negra e indígena no Brasil daí a importância dessa iniciativa. "O desafio da Lei 10.639/2003 é levar às crianças a desenvolverem uma postura de solidariedade e criticidade em relação ao tema", explica Assunção.

Ao se trabalhar essa postura já na infância se evita que adultos cometam verdadeiros crimes como alguns relatados por alguns participantes do evento, a exemplo, do caso contado pela estudante Emanuele Gomes, que foi vítima de racismo no ambiente de trabalho. "Eu trabalhava no comércio em um setor de conferência e ao atender uma cliente cometi o engano na entrega da mercadoria e ela me chamou de ’negrinha’, de forma pejorativa causando constrangimento em público", lembra abalada.


Vale ressaltar que esse não é um caso isolado, conforme destaca Antonia Aguiar, integrante do Movimento Negro. 

"Para nós que fazemos essa movimentação é muito importante esse debate na escola e na universidade. É importante não apenas para quem faz parte do movimento negro, mas sobretudo para quem faz a academia", avalia Antonia Aguiar, lembrando que por diversas vezes enfrentou situações de racismo. 

Ciclo de Palestras culmina com Projeto de Intervenção 

Após as palestras os professores devem trabalhar um projeto de intervenção no espaço onde atuam. "A proposta é que o debate seja aplicado em sala de aula em um projeto de intervenção e finalmente será feito um momento de socialização das experiências desenvolvidas durante os trabalhos", explica a coordenadora do projeto Elenice Nery.

Esse é a primeiro de um ciclo de palestras que acontecem em agosto nos dias 12, 19 e 26 e em setembro nos dias 02, 09 e 26.