Professores da rede pública lançam livros no Salipi 2022

A vontade de compartilhar o conhecimento de dois professores da rede estadual de educação ultrapassou a sala de aula e chegou à 20ª Edição do Salão do Livro do Piauí (Salipi). O estreante Tito Almeida e o experiente Raimundo Clementino participam do Bate-papo literário deste final de semana para falar sobre seus recentes livros. 


No sábado (11), o professor de língua portuguesa, Tito Almeida, lança o seu livro “Desapaixone-se”, no Salão. Tito leciona na Unidade Escolar Elon Machado  Moita, localizada no município de Lagoa Alegre.


Essa é a primeira incursão literária do professor, que resolveu lançar a autobiografia para o público juvenil. “Esse é um livro que trata muito sobre as questões relacionadas à religiosidade na adolescência, aborda também a necessidade de se entender ou dessa crise de identidade que temos. Há debates sobre a sexualidade e como os pais lidam com a inquietude dos meninos, principalmente entre os quinze aos dezoito anos, então é um livro voltado para este público. São questões que me fazem ter propriedade, pois eu passei e até hoje eu ainda vivo”, informou Tito.




O professor-autor descreve a leitura da sua primeira publicação como bem humorada ao exemplificar suas vivências no texto.


“Este é um livro muito convidativo, prazeroso, bem humorado e que optei em várias situações por trazer minhas vivências de um determinado assunto e não recorrer a situações que a gente ouve falar muito distantemente. Falo do que a gente passou e como as pessoas interpretam isso ao seu redor, principalmente, na adolescência, em que achamos que tudo dá certo para os outros e não para nós”, exemplificou o autor.


Na véspera do Dia dos Namorados, celebrado em 12 de junho, o escritor sugere com seu livro repensar atitudes na busca por apaixonar-se.


“Escolhi essa data, véspera do Dia dos Namorados, pois o livro é justamente um recado. Enquanto se fala sobre o ato de apaixonar, gostar ou interessar-se por alguém, ou mesmo flertar, nessa idade, eu estou falando sobre o processo contrário, sobre o Desapaixonar. A conversa é sobre ter consciência de si e até onde você pode querer que os outros gostem de você e não necessariamente impor que alguém te queira como obrigação”, esclareceu.


No domingo (12), data de encerramento do salão literário, o professor Raimundo Clementino, que atua no Centro de Ensino Jovens e Adultos (CEJA) Professora Maria Rodrigues das Mercedes, em Teresina, faz o lançamento do seu livro “Sra. Naccif”.


Aos 62 anos de idade e estando à frente das salas de aula há 22 anos, o escritor Raimundo já publicou diversos livros como ‘O famoso Matintin’; ‘Mãe eternamente mãe’; ‘Doce de Palavras’; ‘Futebol e vida: qualquer semelhança é mera coincidência', ‘Ser ou não ser-lo lá: Eis a questão, ‘O ‘Pequeno Príncipe' e ‘Aparecida’, estes fazem parte das centenas de cordéis escritos.


“A paixão pela escrita está direcionado à cultura literária popular com os textos abordando todos os assuntos. “A escrita é metrificada e rimada, logo, com o sentido refinado procuramos dizer o que queremos. A simplificação ajuda a memorizar e acho a poesia rimada mais bela, é como uma boa comida bem temperada. Então sou adepto da poesia métrica e rima para falar sobre todos os assuntos”, comentou o escritor.


Lançada no Salipi, ‘Sra. Nasccif’ foi escrita na pandemia e aborda temas como o período do isolamento, o amor, filosofia de vida e outros assuntos, revela o professor Raimundo Clementino.


“A inspiração precisa da oportunidade que apareça, então o livro foi escrito nestes anos de pandemia e traz temas como o amor, filosofia de vida. Para o trabalho de inspiração é necessário iniciar a escrita e, enquanto não temos uma, devemos buscar a técnica, seja no uso da gramática ou no observar. A arte ganha todos os corações quando bem feita, então a inspiração vem da escrita prática, e de ter a gramática e as estrelas para achar as palavras”, destacou o professor.