Estudante Autista é finalista na FEBRACE



"Desenvolvido nas aulas remotas de matemática, durante a pandemia, o projeto de gameficação foi um desafio que motivou os alunos a assistirem as aulas, uma vez que o isolamento aflora estados emocionais ansiosos e os professores e alunos estavam interagindo com as novas metodologias", disse a professora Sidiane Alves Cardoso, orientadora do estudante Pedro Henrique Dias da Silva, estudante do CETI Didácio Silva. Pedro foi o único estudante do Piauí finalista da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), com o artigo: Gameficação e o tema: "Peter Galáctic no Mundo da Matemática".


Um dos objetivos da feira, é estimular novas vocações em Ciências e Engenharia através do desenvolvimento de projetos criativos e inovadores. O trabalho de Pedro Henrique vai ser apresentado de 17 a 25 de março, em formato virtual, concorrendo a prêmios que vão desde medalhas a bolsas de iniciação científica. 


A professora disse ainda que durante o período das aulas, o professor propôs aos alunos que desenvolvessem uma aula atrativa de geometria espacial. "Foi nela que Pedro Henrique desenvolveu uma animação com personagens feitos em cartum, desenhados no papel. Depois ele inseriu falas  e movimentos corporais em um cenário gamer, construindo assim uma metodologia ativa da educação chamada Gameficação", pontua.


Aluno do segundo ano do Ensino Médio do Didácio Silva, Pedro Henrique é filho de mãe vendedora e pai motorista e possui o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Por conta disso, tem um déficit na comunicação social, não fala muito e, segundo a diretora da escola, Tetê Castro, ele tem dificuldade de socialização. "Apesar desse déficit, Pedro gosta e entende muito de tecnologia, e a robótica é justamente para trabalhar a socialização, pois os projetos realizados aqui na escola foram feitos em grupo, e assim exigiu dele um pouco mais de atenção", disse a diretora.


Seu trabalho foi coorientado pelo professor Jackson Macêdo dos Santos, com a ideia de assimilar os conceitos de geometria e suas propriedades por meio da Gameficação, como ferramenta de ensino aprendizagem a partir de situações-problemas propostas pelo professor, que foi o responsável pela construção de conhecimentos matemáticos, na modalidade ensino remoto, durante a pandemia do Covid-19.


 De acordo com o artigo, as metodologias ativas foram incorporadas aos processos interativos de conhecimento, análise, estudos, pesquisas e decisões individuais ou coletivas, com a finalidade de encontrar soluções para um problema. 


O processo educacional foi de fundamental importância para auxiliar o processo do ensino da matemática. A partir daí, o professor Jackson Macêdo lançou o desafio em sala de aula para que utilizasse em seu conteúdo de Geometria uma metodologia ativa de aprendizagem e o apresentasse em uma sala de aula virtual. Depois, a Professora Orientadora da Sala de Recursos Multifuncionais e Informática, Sidiane Alves Cardoso, adaptou os recursos tecnológicos como aplicativos andróid, já que a sala da escola possui ferramentas adaptadas para alunos autistas. O trabalho foi apresentado como uma gameficação utilizando animação, avatar e personagens digitais com vozes específicas, movimento corporal, dando vida aos desenhos feitos inicialmente em croquis a lápis e papel. O vídeo do estudante foi apresentado em uma aula remota e como ficou muito bom, a professora de robótica sugeriu que o mesmo fosse inscrito na FEBRACE, de onde conseguiu ser finalista.
 
 
FEBRACE

Feira Brasileira de Ciências e Engenharia é um movimento nacional de estímulo ao jovem cientista, que todo ano realiza na Universidade de São Paulo uma grande mostra de projetos.

A FEBRACE assume um importante papel social incentivando a criatividade e a reflexão em estudantes da educação básica, através do desenvolvimento de projetos com fundamento científico, nas diferentes áreas das ciências e engenharia.