Delegadas vão às escolas para tratar violência contra mulher

Nesta quinta-feira, 10, dia nacional de combate à violência contra a mulher, 10 delegadas da Secretaria de Estado da Segurança Pública do Piauí (SSP) foram, simultaneamente, a 10 Centros Estaduais de Tempo Integral (Cetis) da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) falar com os jovens sobre o tema que mais tem causado revolta à população nos últimos dias no Piauí. Até agora, de acordo com a SSP, 20 feminicídios foram registrados neste ano em todo o estado. Por isso, autoridades trazem constantemente o tema para discussão pública. Especialmente nesta data, na qual os estudantes da rede pública foram os escolhidos para o projeto "Mãos dadas contra a violência", pois a educação e conscientização desde cedo são as grandes aliadas ao combate do crime.



No Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Didácio Silva, no Dirceu, 700 alunos do Ensino Médio ficaram atentos a toda a explicação da delegada Anamelka Cadena, diretora de gestão interna da SSP, que falou desde os sinais da prática de violência contra mulher até o que fazer e a quem procurar. Um dos grandes aliados que tem se tornado referência nacional é o aplicativo Salve Maria, no qual é possível fazer denúncias anônimas online e até ativar o botão do pânico em situações urgentes. Até agora, mais de 1.400 denúncias foram registradas pelo app ativado desde 2017.




"Hoje, nós vimos o engajamento e o interesse desses alunos pelo tema, ouvindo atentamente todas as informações que foram passadas. Nós entendemos que é assim que vamos construindo novos conceitos, fazendo que os jovens cada vez mais se engajem no enfrentamento dessas práticas perniciosas e consigam enxergar também novas perspectivas sociais. Fortificando o respeito entre eles nesse cenário escolar, que é onde eles recebem as instruções para uma vida social cada vez mais justa e de paz", reitera a delegada. 


Desde o dia internacional da mulher, 8 de março, o Ceti Didácio Silva já vem desenvolvendo ações preventivas nessa luta contra a violência de gênero. O projeto "Mulher, mãe da Humanidade" promove, em encontros mensais, palestras, bate-papos e outras atividades práticas que serão apresentadas no festival cultural da escola, Didácio Arte.  


"Esse projeto veio reforçar o que a gente já trabalha aqui, no intuito de combater esses casos de violência. Nós percebemos assim que não estamos sozinhos enquanto escola, a Secretaria de Segurança vem apoiar a sociedade como um todo e conscientizar nossos alunos para que, em uma situação de violência, eles saibam se posicionar e evitar", explica a professora Maria Castro, diretora do Ceti Didácio Silva.




A aluna Bianca Célia nunca presenciou algum tipo de violência contra mulher, mas já viu inúmeros casos nos jornais e entende que ações como essas são importantes porque servem como alerta. "Muitas mulheres por medo acabam não indo denunciar na delegacia. Eu achei esse momento muito importante porque é um meio de nós sabermos o que fazer em casos de agressão verbal e até mesmo em um empurrão, que já pode ser o início. Por mais que haja medo para denunciar, é necessário", ressalta a jovem de 16 anos.




Autoridades da Educação e Segurança estiveram presentes, o secretário de segurança, Fábio Abreu, que acompanhou toda a ação, também teve um momento inicial com os estudantes. "Nós buscamos desenvolver o trabalho naquele local que entendemos que pode ser um alvo, e, o principal, é um local que podemos estar conscientizando esses jovens ao ponto que eles mesmos sejam agentes multiplicadores das orientações passadas pela secretaria", frisa Fábio Abreu.