Seduc propõe rede de combate à violência nas escolas



Um dos pilares estratégicos do planejamento da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) para 2019 é o clima escolar. Para isso, a Secretaria está desenvolvendo diversas ações para garantir que a escola pública estadual seja cada vez mais acolhedora e inclusiva. Nesta quarta-feira (10), o Secretário de Estado da Educação, Ellen Gera, reuniu-se com o Secretário de Governo, Osmar Júnior; com o Secretário de Estado da Segurança, Cap. Fábio Abreu; Comandante da Policia Militar, Lindomar Castilho; e com o secretário de Estado da Assistência e Cidadania, José Santana, para traçar estratégias de combate à violência nas escolas públicas.


A ideia é criar uma rede que trabalhe de forma integrada para combater os mais diversos tipos de violência que possam afetar os jovens dentro e fora das escolas. "Vários tipos de violências chegam às nossas escolas, como episódios com armas, agressões físicas, casos de abuso, brigas e drogas. Existem também casos de violência simbólica que ocorrem o tempo todo e, neste contexto, podemos citar o bullying como um exemplo. Nossos jovens estão com depressão e situações de automutilação. Além disso, casos extremos como suicídio nos deixam bastante preocupados. Com tantas situações dessa natureza, a Seduc entendeu que não é possível lidar sozinha e, por isso, propomos essa reunião para criar uma rede de combate e prevenção à violência", explicou o secretário de Educação, Ellen Gera.


Para o Secretário de Segurança, cap. Fábio Abreu, é preciso mapear os locais onde a violência escolar acontece de forma mais crítica. "A partir desse levantamento a Segurança pode realizar operações de combate ao tráfico ou intensificar rondas onde há casos frequentes de assaltos e arrombamentos nas escolas", explicou o secretário, sugerindo que a Seduc invista na formação de agentes de portaria. "Capacitar os agentes de portaria é muito importante para que eles aprendam a lidar com situações de risco. Isso vai ajudar a polícia a coibir alguns crimes como arrombamentos e assaltos às escolas. A Companhia Independente de Policiamento Escolar tem um trabalho importante junto às escolas, mas precisamos aproximar os diretores dos comandantes dos Batalhões de cada área para melhorar o atendimento das ocorrências e fortalecer também o SOS escolar, que é uma ferramenta importante para fazer esse atendimento de forma mais rápida", frisou Abreu.




O secretário de Governo, Osmar Júnior, destacou que a escola precisa ser reconhecida pelos alunos e seus familiares como um ambiente social seguro e, por isso, manter canais de comunicação sempre abertos com os alunos e suas famílias é fundamental. "Construir um vínculo de confiança entre escola e comunidade é muito importante, afinal, quando o aluno e a família se sentem seguros e acolhidos no ambiente escolar, ao sinal de qualquer problema eles se sentirão mais confortáveis para buscar ajuda", disse.


Durante a conversa, José Santana, secretário de Assistência Social e Cidadania, alertou que é importante envolver o conselho tutelar em reuniões com a comunidade que tratam sobre violência escolar. "Fingir que o problema da violência não existe significa negligenciar aqueles que sofrem com ele. É necessário entender e reconhecer o problema, para, só depois, estarmos preparados para buscar meios de combatê-lo e, nesse combate, o conselho tutelar pode ajudar os professores e as famílias. Estamos realizando formação de conselheiros e vamos inserir a pauta da violência escolar nos nossos debates", reforçou.


Ellen Gera encerrou a reunião lembrando que a Seduc já desenvolve diversos projetos de prevenção à violência em parceria com a Policia Civil e Militar, como Papo com a PC, Proerd e o SOS Escolar, mas é preciso fortalecer essas ações e articular novos projetos, enquanto Governo. "A violência não pode ser trabalhada de forma isolada, e nossa sugestão é que criemos um Plano Estadual de Enfrentamento às situações de violência contra crianças e adolescentes e um Plano de Atenção e Atendimento escolar com a participação de todas as Secretarias", propôs o secretário.