Professores inspiram alunos para o estudo da robótica

O que antes era brincadeira passou a funcionar como pesquisa e até mesmo de inspiração. No interior do Piauí, utilizando situações lúdicas, usando a tecnologia, os estudantes constroem e programam robôs de todos os tipos e formas e aplicam vários conhecimentos dentro da grade curricular.

O laboratório de robótica da Unidade Escolar Patronato Nossa Senhora de Lourdes, na cidade de Campo Maior, colhe os frutos plantados ainda em 2017, no início do projeto. Na primeira participação na Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), em 2018, a escola conquistou três medalhas de ouro, quatro medalhas de mérito e 103 certificados de participação.


Os alunos das turmas do 5º ano do Ensino Fundamental a 3ª série do Ensino Médio são escolhidos para as aulas no laboratório por mérito das boas notas, comportamento e participação. Por turma, são 25 estudantes de 8 a 17 anos que se encontram duas vezes por semana com os professores Raimundo Abreu e Davi Cândido para as aulas teóricas e práticas.

 

Tudo começou quando o ex-aluno da escola pública, hoje professor doutor da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Gildário Dias Lima, apresentou à freira Itaira de Vasconcelos Sobral,  diretora do Patronato na época, a importância da Robótica para o ensino e aprendizagem dos alunos até nas disciplinas de Ciências, Física e Matemática.


 


E assim surgiu uma parceria que iria mudar significativamente o futuro dos estudantes beneficiados com o projeto filantrópico. Por meio do laboratório, que tem como nome Dr. Gildário Dias Lima, em homenagem ao idealizador, é possível ensinar e mostrar as novas tecnologias dentro do universo da robótica. "Hoje é muito gratificante ver como nossos alunos ficam empolgados quando estão na aula de robótica, não só para mim, mas para toda equipe envolvida. Isso os coloca frente às novas tecnologias, que são importantes para eles", relata Davi Cândido.

 

Os professores contam com o apoio da direção da escola e se sentem realizados  ao observar o resultado dos alunos. "É um trabalho que eu me identifico muito, pois já é algo de família, todos estão ligados direta ou indiretamente na área da educação", fala Davi Cândido, graduado em licenciatura em Física pelo Instituto Federal do Piauí, especialista em Informática na Educação pela ABED e graduando em Gestão da Tecnologia da Informação pela UNESA, que tem 25 anos e há 8 se dedica à sala de aula.


 


O outro professor que está à frente da iniciativa é Raimundo Abreu. Natural de Campo Maior, o professor estudou toda a vida na Unidade Escolar Patronato Nossa Senhora de Lourdes e, por isso, tem um apreço muito grande pela escola. "É um prazer realizar esse projeto, poder levar novas tecnologias aos nossos alunos", relata o mestrando em Eletrônica de Potência pela UFPI, já especialista em Matemática e Projetos e Controle, graduado em licenciatura plena em Matemática e Engenharia Elétrica.

 

O material didático e prático utilizado em laboratório também obedece aos preceitos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). "Começamos a ensinar para os alunos a base da eletrônica, que é inclusive trabalhada nas disciplinas de Ciências e Física. Os alunos aprendem também programação de computadores, sensores e mecânica. São conteúdos que auxiliam no aprendizado de outras disciplinas, como a Matemática", diz Raimundo Abreu ao concluir que a interação dos alunos em aula se dá também pela curiosidade. "Dá para perceber como eles interagem e como eles podem contribuir para o futuro das tecnologias", finaliza.


 


Com o método TRON, os professores conseguem a inserção tecnológica dos estudantes com uma metodologia transversal, associando outras áreas do conhecimento, que prevê o uso da motivação, problematização, teoria e prática, todas no mesmo cenário temporal. "Isso gera uma relação que maximiza os resultados da concentração, absorção, compreensão e materialização do ensino, por isso que elaboramos o conteúdo em sala de aula em quatro momentos, são eles conceito, contextualização, correlação e prática", explica o professor Davi Cândido.

 

Além de pensar na melhoria de estrutura do laboratório, os professores já pensam em um futuro próximo com mais um projeto, os Monitores de Robótica, no qual os próprios alunos vão poder ministrar aulas e repassar os conhecimentos adquiridos aos demais colegas.