II Simpósio Estadual da Educação supera expectativas


Com o tema "Desafios da Escola atual para ser Inclusiva", o escritor espanhol, Dr. Eladio Sebastian Heredo  encerrou o II Simpósio Estadual da Educação, realizado no Centro de Formação dos Profissionais da Educação, de 13 a 15 de dezembro, com participação de profissionais de vários municípios.  Heredo destacou que a escola inclusiva está sempre em construção, pois sempre vão existir novos desafios a serem superados, em função das transformações da sociedade.

O conferencista, que também é consultor da UNESP- Instituto Airton Sena, convidou os participantes a repensarem o que significa ser uma escola inclusiva. "Vivemos em uma sociedade mais heterogênea do que nunca, temos diversidades técnicas, culturais, dentre outras e precisamos saber lidar com essa realidade. Então, se a sociedade é heterogênea, isso também se reflete em nossas escolas. Temos uma mudança de valores que nos provoca a repensar o modelo de aprendizagem clássica", explicou Sebastian, frisando que a escola inclusiva trabalha em equipe e todos na mesma direção.

Heredo destacou a necessidade das escolas repensarem os modelos de aprendizagem colocando os alunos como protagonistas do processo de ensino aprendizagem. "O aluno gosta de descobrir, de investigar, manipular, enfim ser protagonista, então é preciso repensar as metodologias de trabalho", explicou.

Além da Conferência de encerramento, o tema Inclusão também foi tema de debates durante várias outras atividades da programação do evento como os minicursos, as Rodas de Conversa, as exposições de investigações científicas ao tratar, por exemplo, da "Pedagogia de Projetos", da "Inclusão dos Funcionários na Gestão Escolar", "A medição como alternativa na relação de Conflito na infância e juventude".

Conferencistas aprovam II Simpósio da Educação

O II Simpósio da Educação que marca o calendário educacional no Estado do Piauí, contou com a aprovação dos participantes, que buscaram, através do evento, atualização profissional e troca de experiências, seja através dos 12 minicursos, das diversas temáticas abordadas nas rodas de conversa, nas apresentações de mais de 100 trabalhos científicos, nas duas conferências magnas ou no lançamento de livros. 

"Esse foi um evento de grande qualidade tanto do ponto de vista técnico quanto do ponto de vista do ponto de vista dos conteúdos abordadas. Foi um Simpósio que além de ter atividades ligadas a formação  de vários modelos de estrutura de formação continuada, teve uma preocupação com as temáticas que realmente são importante para esse terceiro milênio como por exemplo, a gestão democrática, a formação docentes que é um pilar para a melhoria da qualidade do ensino,  a questão curricular que foi abordada em todos os aspectos, e fechou com chave de outro com a questão da educação inclusiva, quebrando aquele paradigma de que educação inclusiva é colocar apenas um professor que trabalha com educação especial na escola. Isso é importante, mas mais importante é saber que educação inclusiva é mais amplo, são os processos, é o modelo de gestão, é como o professor vai trabalhar metodologicamente dentro da escola. Então, pela sua diversidade o Simpósio teve uma grande qualidade técnica", avalia a professora palestrante,  Anabela Cardoso Freitas .

Para a professora de Geografia, Clênia Alves de Sousa, do município de Beneditinos, que participou desde a primeira edição do Simpósio, e trouxe para exposição um trabalho sobre uso do celular como ferramenta pedagógica o  Simpósio foi além das expectativas. "A proposta do trabalho foi abordar problemas urbanos e propor soluções buscando trabalhar o protagonismo juvenil", explica Clênia sobre seu projeto.

Assim como Clénia, o professor Josenilton de Aragão Lima, do município de Uruçuí sua experiência do laboratório de informática enquanto espaço de inclusão digital. "O propósito foi provocar reflexão sobre o uso do laboratório das escolas enquanto espaço de inclusão digital. Fizemos um  trabalho com o público da terceira idade que se encontra a margem da sociedade", explicou o professor. 

Promotor de Justiça Trata de Direitos Humanos e Educação

O Promotor de Justiça, Francisco de Jesus Lima, do Ministério Público Estadual do Piauí, trouxe ao debate de uma das mesas o tema "Direitos Humanos, Educação e a Ética de Responsabilidade".  O promotor destacou o sucesso da parceria da Seduc com o MPE e sobre o projeto que aborda a Lei Maria da Penha das escolas com o intuito de conscientizar os alunos, promovendo a humanização da educação.

Outra roda de conversa abordou a temática  "A inter-relação dos sujeitos que compõem a escola na perspectiva de uma educação de qualidade", com a psicopedagoga Maria Zuleide Gomes Frazão em parceria com a professora da UFPI Anabela Cardoso Freitas. Zuleide  destacou a importância da participação da família no processo de formação do aluno.

Durante a Mesa de debates, o Coordenador Pedagógico Eduardo Marques, da cidade de Alto Longá, destacou a importância da família e da própria equipe pedagógica conhecer a legislação que trata da participação da família no desenvolvimento educacional de crianças e jovens. "Nós temos um projeto de aproximação da família a escola além do enfoque pedagógico, pois é crime de abandono intelectual  e os pais podem ser punidos caso não matriculem ou não façam o acompanhamento de seus filhos", explicou.

Minicursos abordam mediação tecnologia é tema de minicurso

Dentre os minicursos realizados o de "Mediação Tecnológica em práticas pedagógicas", trabalhado pela professoras Cleidinalva Oliveira e Rejane Palácio, mostrou como funciona o setor de mediação da Seduc e como o professor pode melhorar sua prática com o auxílio da tecnologia.

O Diretor de Ensino, Helen Gera, que esteve durante o minicurso destacou a importância desse trabalho, por se tratar de um fenômeno irreversível por que passa a educação. "O professor precisa está preparado para lidar com tema", destacou. Outro minicurso tratou das implicações na prática pedagógica a partir da Reforma do Ensino Médio com a Dra. Ana Maria Gomes Martins, da UFPI.

Os minicuros apresentaram inovações como, por exemplo, o que teve como tema "O uso da informática no ensino da matemática", ministrado pelo professor Ranildo Lopes. "O propósito do curso é ver o que podemos aplicar da informática para melhorar o ensino de matemática, tanto em aplicativos como blogs como sites dentre outros recursos", diz o professor.  Outros buscaram se adequar às novas exigências da escola inclusiva, como o minicurso "Libras e relações interpessoais", ministrado pela professora Ednalda Viveiros.