Seduc investe em Educação Inclusiva

O tema da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2017 foi "Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil". O tema foi divulgado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) logo após o início da prova.

Nesse sentido, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), por meio do Centro de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS-PI) e do Centro de Formação dos Profissionais da Educação Básica Antonino Freire, e em parceria com a Secretaria de estado de Inclusão da Pessoa com Deficiência  (Seid), se esforça para garantir uma Educação Inclusiva de qualidade e tem qualificado professores para uma maior inclusão dos alunos surdos da rede.

O trabalho desenvolvido pelo CAS-PI foi, inclusive, levado ao CAS da cidade de Cascavel no Paraná, onde a Gerente do Centro, Raquel Andrade, apresentou a experiência piauiense no que se refere ao projeto de letramento e alfabetização de pessoas com surdez no Estado.

Raquel Andrade explicou que o Piauí se destaca com esse trabalho voltado à educação de pessoas com deficiência auditiva. "Essa foi uma oportunidade de mostrar a experiência exitosa do Piauí para outros Centros e trocar informações para que possamos oferecer um atendimento especializado com ainda mais qualidade", disse a gerente do CAS- PI.  

O CAS Piauí atende mais de 200 pessoas com surdez e oferece diversos cursos de Formação em Língua Brasileira de Sinais (Libras), Libras Intermediário (II), Prática de Libras, Libras Avançado e Curso de Formação de Tradutor Intérprete de Libras (TILS), com o objetivo de capacitar educadores, surdos e comunidade em geral.

O CAS, além das várias formações, realiza o projeto Alfabetização para surdos - uma proposta de ensino aprendizagem na modalidade escrita da língua portuguesa, com o objetivo de promover a alfabetização bilíngue de forma lúdica e significativa, sistematizando a aquisição da Língua Portuguesa escrita como a segunda língua para esses alunos.

"O projeto é realizado com professores da rede, pedagogos e acompanhados de psicopedagogos. É a primeira vez que acontece um projeto como esse aqui", disse Rachel.

Expansão da Educação Especial

De acordo com a Gerente de Educação Especial (GEE), Maria Eleonora Pereira de Sá, a Educação Inclusiva passou por três fases: a primeira de exclusão, em que os alunos eram ignorados. Depois veio a integração, em que eles estão na escola mas não estão integrados às suas políticas educacionais, e a partir dos anos 2000 teve início a fase da Inclusão no sentido pleno da palavra, em que se busca de fato a inclusão dessas pessoas na rede educacional.

A gerente, que participou da fundação do Centro Integrado de Educação Especial (CIES), onde atuou por oito anos, conta que hoje o Piauí conta com seis centros especializados.

O CIES, atendendo crianças com deficiência até os 14 anos, o Centro Ana Cordeiro, voltado a deficiência intelectual e outros transtornos, o Centro de Estimulação Sensorial (CES), o Centro de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS), o Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiências Visuais (CAP) e o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (Naah/S), além  de 162 salas de recursos multifuncionais distribuídas nas escolas da rede estadual.

Neste ano de 2017, a Seduc investiu também em reformas e ampliações desses centros, além das formações pedagógicas, para ofertar uma melhor estrutura aos atendidos.

O CAP passa por intervenções na parte física, recebendo novo piso, pintura, ampliação dos banheiros, adequação e aumento do número das salas de aula, construção de auditório e mudanças no acesso principal. O local atende a 72 alunos e oferece alfabetização em braile (escrita e leitura), informática acessível, educação física adaptada, aulas de orientação e mobilidade (auxílio nas tarefas do cotidiano) e musicografia em braile.

A Seduc também está reformando o Centro de Estimulação Sensorial para Crianças com Deficiência Auditiva e Visual (CES), cuja obra está orçada em R$ 166.852,76. O CES está recebendo reforço na segurança com a implantação de novas grades, além da construção do jardim sensorial, quadra de esportes, manutenção hidráulica, elétrica, piscina, limpeza, pintura e colocação de novo piso, tudo isso para melhor atender as 42 crianças que frequentam o local diariamente.

Além disso, a Secretaria climatizou o Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS) e reformou recentemente o teto do Centro Integrado de Educação Especial (CIES). A mudança o telhado proporcionou segurança e conforto térmico ao local que possui doze blocos e 112 dependências. A obra está sendo executada com recursos próprios e custou R$ 734.159,46.

"Estamos trabalhando firmemente para trazer mais melhorias na Educação Especial, tornando-a ainda mais inclusiva, porque tudo isso vai impactar no ensino e aprendizagem dos nossos alunos com deficiência", finaliza Rejane Dias, secretária de Estado da Educação.