Encerra nesta sexta a formação dos professores do Programa Brasil Alfabetizado no Antonino Freire



Encerra nesta sexta-feira (15), o treinamento para os professores selecionados para atuarem como alfabetizadores no programa Brasil Alfabetizado (Bralfa). O treinamento está sendo ministrado no Centro de Formação dos Profissionais da Educação Antonino Freire durante toda esta semana e tem como objetivo  preparar os educadores para lidar com a alfabetização de jovens e adultos. A meta é reduzir os índices de analfabetismo no estado, que hoje está acima de 20%, promovendo a inclusão dessas pessoas.


O Programa Brasil Alfabetizado é apontado pelos profissionais da educação como uma verdadeira porta para inclusão social e o exercício da cidadania. A ideia é que, com o domínio da leitura e da escrita, o cidadão conquiste independência e possa fazer uma leitura crítica do mundo na perspectiva da pedagogia de Paulo Freire.

De acordo com a professora mestre em educação, Maria José Sales, o programa é uma oportunidade e uma tentativa de tirar os jovens, adultos e idosos da "cegueira das letras". "Esse programa tem como diretriz principal a inclusão social desse jovem adulto. Não apenas escolarizar no sentido de compreender o funcionamento da língua para ler e escrever, mas também ter a capacidade de ampliar sua visão crítica sobre o próprio mundo, é o que se chama de letramento", explica.


Para a professora Lúcia de Fátima Gomes, da 4ª Gerência Regional de Educação (GRE), o Bralfa é uma das formas de se promover a verdadeira inclusão social. "Esse curso é muito importante porque é uma iniciativa que leva as pessoas a se inserirem socialmente, a ter uma facilidade de comunicação no mundo e isso é muito importante. Uma pessoa que não sabe assinar o nome, não sabe pegar um ônibus, não é, de fato, independente", diz.

Brasil Alfabetizado busca alfabetizar tendo como referência a realidade do aluno

A metodologia de trabalho adotada é baseada no trabalho de Paulo Freire, em que a orientação é fazer um trabalho contextualizado com a realidade do educando. "Para alfabetizar essas pessoas não podemos levar para um lado distante da realidade deles, é preciso levar em conta a vivência de cada um", destaca a professora Maria José Lustosa, frisando que o desenvolvimento do Estado está diretamente atrelado ao desenvolvimento de seus cidadãos.

De acordo com a supervisora do Bralfa na 19ª GRE, Renegilda Gidele, o Programa é uma oportunidade de sanar uma lacuna social muito relevante. "Ao irmos aos bairros em busca de alunos percebemos que, às vezes, o muro da escola fica próximo à casa deles, só que eles precisam de um incentivo, pois muitos idosos têm o sonho de aprender a ler e escrever", explica a supervisora.


Para muitos dos profissionais envolvidos no projeto, esse trabalho é também uma forma de realização pessoal. "É uma honra poder ajudar essas pessoas mudarem essa triste essa realidade dos altos índices de analfabetismo", diz a professora Francisca Maria Pereira Rocha, 4ª GRE.

Segundo a professora Rosângela Sousa, o programa é de fundamental importância, especialmente, para quem reside na zona rural onde o acesso é mais difícil, pela dificuldade de transporte e pela necessidade de professores qualificados disponíveis.