O Secretário de Estado da Educação, Washington Bandeira, foi um dos destaques do painel “IA em Educação” durante o encontro Gestão e Investimento em Redes de Ensino e Tecnologias Educacionais, realizado nesta quarta-feira (10), em São Paulo. O evento, promovido pelo Todos Pela Educação em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Instituto Singularidades, reuniu especialistas e gestores de todo o país para debater políticas inovadoras para as redes públicas.

Em sua participação, Bandeira mostrou como o Piauí se tornou o primeiro território das Américas a incluir a disciplina de Inteligência Artificial como obrigatória na Educação Básica, iniciativa reconhecida pela Unesco. Mais de 120 mil estudantes do 9º ano do fundamental à 3ª série do ensino médio já têm acesso ao conteúdo, lecionado por professores da rede capacitados em parceria com instituições como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Unipampa,  IFFarroupilha, Universidade Federal do Piauí (UFPI), Secretaria Estadual de Inteligência Artificial do Piauí (SIA)  e o Google.

Segundo o Secretário, um dos pilares para implementar a disciplina de IA foi a formação de professores. Ele destacou que mais de mil docentes de diferentes áreas já foram capacitados para ministrar a nova disciplina. “Não existiam professores formados em inteligência artificial na rede. Por isso, investimos em capacitação, aproximamos teoria da prática e integramos a disciplina à realidade local. Hoje, nossos alunos aprendem desde conceitos básicos até programação, aprendizado de máquina e ética digital. A IA se conecta às ciências, à história, à matemática e até ao meio ambiente, como vimos em experiências de escolas como Ceti Paulo Freire, em Guaribas, que a professora relacionou algoritmos ao bioma da caatinga”, explicou.

Bandeira lembrou que a experiência piauiense está diretamente ligada à política do  Tempo Integral integrada à Educação Profissional e Tecnológica. “O Piauí foi o primeiro estado a universalizar o ensino em Tempo Integral com formação técnica. São mais de 50 mil jovens que estudam em áreas como Desenvolvimento de Sistemas, Programação de Jogos e Empreendedorismo Digital. Eles são estimulados a criar soluções para desafios reais e já participam de hackathons e intercâmbios. O ensino de inteligência artificial soma-se a essa agenda e coloca nossos estudantes em sintonia com o mundo do trabalho”, destacou.

Para o Secretário, o reconhecimento da Unesco e a repercussão nacional confirmam que a educação pública do Piauí segue um caminho consistente. “Estamos conectando o Piauí ao mundo. A inteligência artificial já impacta todas as áreas da vida e as nossas escolas estão democratizando esse conhecimento. Essa é a prova de que qualidade e equidade caminham juntas, e que a escola pública pode ser protagonista de uma transformação que começa no presente e vai moldar as próximas gerações”, afirmou.

A experiência apresentada em São Paulo consolida o Piauí como referência nacional no uso de Tecnologia Educacional, não apenas por adotar a inteligência artificial como disciplina, mas por integrar inovação ao currículo e à formação cidadã.