Mais de 3 mil internos se preparam para o Encceja em presídios do Piauí

A cada encontro, a cena se repete: carteiras enfileiradas, cadernos abertos e a atenção voltada para os professores. Desta vez, serão cerca de 170 internos da Penitenciária Prof. José de Ribamar Leite, em Teresina, que participarão da revisão especial para o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) voltado a Pessoas Privadas de Liberdade (PPL).

A iniciativa, promovida pela Secretaria da Educação do Piauí (Seduc-PI) em parceria com a Secretaria da Justiça (Sejus), prevê 15 revisões do início do ano até setembro, quando o exame será aplicado pelo Inep nos dias 23 e 24.

Foto: Ascom Sejus.

Crescimento na participação

Neste ano, 3.562 internos se inscreveram para o Encceja PPL no Piauí. O número representa alta de 15,5% em relação a 2024, quando foram registradas 3.084 inscrições. O crescimento acompanha a tendência nacional, que também registrou aumento no total de participantes.

O resultado é atribuído às ações de mobilização da Seduc, que levam professores às unidades prisionais para revisar os principais conteúdos cobrados na prova e orientar os candidatos sobre estratégias de estudo.

Educação como inclusão

O Secretário de Estado da Educação, Washington Bandeira, ressalta que a política educacional do governador Rafael Fonteles tem como foco ampliar oportunidades para todos.

“A educação é o instrumento mais poderoso de transformação social. Quando levamos essa revisão para dentro das unidades prisionais, estamos reafirmando o compromisso de não deixar ninguém para trás. Essa ação representa uma nova chance para que os reeducandos retomem os estudos, conquistem sua certificação e construam novas perspectivas de vida, com dignidade, trabalho e cidadania”, afirma.

Durante os encontros, os professores revisitam com os reeducandos as disciplinas que compõem a avaliação do Encceja. Para o Secretário de Justiça, Coronel Carlos Augusto, mais do que preparar para uma prova, essa ação representa um investimento no futuro. “A sala de aula, mesmo dentro do sistema prisional, se torna um espaço de transformação. É onde nasce a esperança e a possibilidade de um novo caminho. A educação é o instrumento mais poderoso de ressocialização, e cada reeducando que se dedica está dando um passo real para a liberdade e para a cidadania”, disse.

Foto: Ascom Sejus.

O Encceja PPL é realizado em todo o País nas unidades prisionais e socioeducativas indicadas pelos estados. Além de garantir a certificação do ensino fundamental ou médio, o exame possibilita a remição de pena, prevista na Lei de Execuções Penais (LEP).

No Piauí, a ação reforça a aposta do governo na educação como ferramenta de inclusão, cidadania e reintegração social.