Estudantes Seduc usam Ciência para transformar comunidades


A ciência deixou de ser apenas uma disciplina na sala de aula para se tornar uma ferramenta real de transformação social para estudantes da Secretaria de Estado da Educação (Seduc). Por meio do Programa de Bolsas de Iniciação Científica Júnior (Pibic-Jr), jovens pesquisadores estão desenvolvendo projetos inovadores que impactam suas escolas e comunidades.

O Pibic-Jr, uma parceria entre a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi), apoia 125 projetos científicos em diversas áreas com o objetivo de incentivar talentos e despertar o interesse pela pesquisa desde o Ensino Médio.

Trabalhando em grupos, os estudantes da 1ª e 2ª séries do Ensino Médio vivenciam todas as etapas de um projeto científico. Com a orientação de professores, aprendem a identificar problemas, levantar hipóteses e testar soluções que fazem a diferença no ambiente escolar e na comunidade.

Jovens cientistas e a busca por soluções sustentáveis

No CETI Álvaro Rodrigues de Araújo, em Itainópolis-PI, município localizado a 363 km de Teresina, a pesquisa científica se mistura com o dia a dia dos alunos. O grupo desenvolve o projeto “Biodigestores no ensino de Ciências da Natureza”, sob a orientação do professor Francisco Carvalho (Química e Inteligência Artificial) e dos professores voluntários Ruthe de Fátima Oliveira (Biologia) e Paulo Victor Lima (Matemática). 


A ideia é simples, mas poderosa: transformar resíduos orgânicos, como restos de arroz, feijão e cascas de frutas, em biogás e biofertilizante líquido, utilizando biodigestores e processos biológicos e químicos. "Fizemos dois protótipos e não ficamos só no laboratório. Saímos para coletar resíduos, fazemos triagens e análises. Esse projeto me mostrou na prática a importância da sustentabilidade e como a biologia e a química podem mudar o mundo", conta Iury Tavares, um dos estudantes envolvidos.


Além da pesquisa, os estudantes tiveram contato com pesquisadores universitários e especialistas, trocando experiências e expandindo seus horizontes científicos. "O entusiasmo deles ao unir teoria e prática, especialmente em projetos sustentáveis, mostra como a educação pode ser transformadora quando incentivamos a pesquisa", destaca o professor Francisco Danilo.


O projeto ganhou visibilidade ao ser premiado em 3° lugar geral na Categoria D na 12ª Feira Brasileira de Trabalhos de Iniciação Científica na Educação Básica e Técnica 2024, organizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no formato on-line. Este ano, a iniciativa também foi apresentada no IX Encontro Regional de Ensino de Biologia – Nordeste, realizado na Universidade Delta do Parnaíba (UFDPar), em Parnaíba-PI. 

No CETI Raimundinho Andrade, em Campo Maior, a ciência também está presente no dia a dia dos estudantes. O projeto “Colhendo Conhecimento e Semeando Sustentabilidade” tem um propósito claro de implantar uma horta orgânica na escola, garantindo alimentos frescos e saudáveis para a merenda escolar.

A iniciativa, orientada pela professora de Biologia, Vitória Ibiapina, vai além do cultivo. Os estudantes aplicam testes práticos de técnicas sustentáveis de plantio, aprendendo a importância da produção orgânica para a saúde e o meio ambiente. "É gratificante ver como nosso trabalho impacta a escola e a comunidade. Aprendemos sobre sustentabilidade na prática e isso me inspirou a seguir pesquisando soluções para um futuro mais verde", compartilha a estudante Lindssey Ibiapina.


Sua colega Maria Gabriele Sousa complementa: "Ter essa experiência na escola nos ajuda a entender melhor o método científico e a importância da investigação para criar soluções sustentáveis".

Ciência que transforma vidas

Em 2024, o Governo do Piauí investiu mais de R$ 2 milhões na concessão de 500 bolsas para estudantes (R$ 300 mensais) e 125 para professores (R$ 1.000 mensais). Durante dez meses, esses jovens pesquisadores são desafiados a desenvolver projetos científicos e tecnológicos que trazem soluções para problemas do dia a dia.

Para o Secretário de Estado da Educação, Washington Bandeira, o Pibic-Jr não é só um projeto, é um trampolim para o futuro. Ao estimular a curiosidade científica e a busca por soluções reais, a iniciativa molda uma nova geração de pesquisadores, inovadores e cidadãos mais conscientes.

“O aprendizado que começa dentro das Escolas Seduc fortalece a preparação dos estudantes para o Ensino Superior e o mundo do trabalho. Com essa vivência eles desenvolvem autonomia, aprendem a trabalhar em equipe e ganham experiência com o método científico, algo que será um grande diferencial em qualquer área que escolherem seguir”, afirma o Secretário.