Escola de Curralinhos movimenta estudantes com projeto em alusão ao Dia da Consciência Negra

Em alusão ao Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro, diversas escolas da Rede Estadual têm realizado ações e projetos que buscam envolver os estudantes, dentro do processo de aprendizagem, sobre a valorização da cultura negra e da luta contra o racismo e do direito a igualdade racial.


Com o objetivo de aprofundar conhecimentos acerca das relações étnico-raciais brasileiras e suas diferentes formas de manutenção do racismo pessoal e institucional, a Unidade Escolar Menino João Pedro, localizada no município de Curralinhos, mobilizou os seus estudantes a desenvolverem a segunda edição do projeto “Encontro da Cultura Afro-Brasileira”, que teve a sua culminância realizada durante a noite da quarta-feira (23), marcada por apresentações artísticas e de conhecimento.


“É com grande satisfação que estamos retornando os eventos no chão da escola, lugar onde tantos desafios são lançados e que precisam ser abordados com a sensibilidade que o tema em questão traz consigo. O encontro Afro trouxe a oportunidade de podermos fortalecer o autoconhecimento e valorizar a cultura afrodescendente tão rica e valorosa”, destaca a coordenadora pedagógica da instituição de ensino, Alexandra Pinheiro.

Para a realização do projeto, os professores da escola desenvolveram uma pesquisa de campo, onde os alunos colheram informações in loco nas fazendas tradicionais da região sobre a vida do negro no século XIX, que serviram para exposição da culminância do evento. De acordo com Socorro Batista, professora responsável pelo evento, a temática foi dividida em três categorias, na qual cada série ficou responsável por apresentar umas das categorias. "O 1º Ano do Ensino Médio retratou o Contexto histórico de Curralinhos, da Escola e de suas comunidades históricas, o 2º ano abordou a gastronomia e a influência da África na culinária Brasileira, já o 3º ano focou na cultura, dança e estética negra", explicou a professora.

A estudante do 3º ano, Rebeca Kardoso, relata que o objetivo principal do evento foi trabalhar um pouco a conscientização negra, para estimular o respeito e combater a desigualdade racial e valorizar a história do povo negro. “Foi certamente um evento maravilhoso e de grande importância, pois assim transmitimos para os alunos e os visitantes, o conhecimento e respeito sobre a cultura do povo Africano que com sofrimento e muito trabalho ajudaram a construir e enriquecer o nosso tão amado Brasil”, disse ela.


O evento contou com a presença honrosa da diretora do Centro de Referência Esperança Garcia (CREG), Antônia Aguiar e do secretário Municipal de Educação. Na ocasião, também foi realizado um Concurso de Beleza para eleger o Garoto e Garota Afro da escola, além de apresentações artísticas de dança, canto, grupo religioso de Umbanda e oficinas de tranças.


Victória Nunes, aluna do 2º ano que interpretou duas canções marcantes e foi vencedora do concurso de beleza Garota Afro, destacou sua percepção sobre o projeto desenvolvido. “Foi um momento lindo! Tudo organizado com muito carinho, a representatividade da cultura Afro em cada detalhe. Foi uma experiência única poder cantar músicas que representam um grito de um povo, o desfile vendo o empoderamento de garotas e garotos negros me encheu de orgulho, e ter sido escolhida como garota beleza negra MJP 2022, entre tantas meninas lindas foi uma honra”, relata com muita emoção. 


O diretor da unidade educacional, João Umbelino Teixeira, enfatiza que o projeto visa despertar principalmente a consciência sobre o racismo e preconceito, bem como a importância dos povos africanos para cultura da sociedade.

 
“O II encontro afro brasileiro tem como objetivo despertar a consciência do jovem sobre o racismo e preconceito que vivemos continuamente na sociedade brasileira. Perceber que esses povos contribuíram para a formação de nossa sociedade nos aspectos de personalidade e caráter, porém não são reconhecidos como tais. Eles precisam ter seus direitos garantidos efetivamente na sociedade brasileira. Enfim, todos precisamos ser valorizados como iguais, sem distinção de raça, cor ou etnia. É necessário que se implemente, urgentemente, políticas públicas não só para combater o racismo violento praticado contra os negros, mas também para criar oportunidades reais de acesso ao conhecimento científico e tecnológico e bens culturais”, conclui o gestor.


A Unidade Escolar Menino João Pedro, jurisdicionada à 18ª Gerência Regional de Educação, atende atualmente cerca de 415 alunos nas modalidades de Ensino Médio Regular e EJA (Educação de Jovens e Adultos), nos turnos tarde e noite.