Proposta de implantação da Educação Indígena e Quilombola é planejada para o Piauí
Em uma audiência realizada pelo Núcleo de Educação Escolar Indígena e Quilombola (NEEIQ), na tarde da terça-feira (23), foi apresentado para o Secretário de Estado da Educação, Ellen Gera, um planejamento estratégico que visa à implantação da Educação Escolar Indígena e Quilombola no âmbito da Educação Básica do Estado do Piauí.
Segundo dados da Articulação
dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), o
Estado do Piauí possui atualmente 27 comunidades indígenas, distribuídas em 10
municípios, totalizando 4.200 habitantes. Já os dados da Fundação Palmares e da
Associação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ) comprovam a
existência de mais de 7.700 famílias remanescentes de quilombo no Piauí,
residindo em 122 comunidades, distribuídas por 46 municípios.
Inicialmente o trabalho do
NEEIQ tem sido de identificação e diagnóstico de habitantes indígenas e
quilombolas residentes dos Piauí e, através de um mapeamento nos municípios,
estudar a situação de cada um deles para promover uma educação apropriada para
eles. A meta é que sejam implantadas, até 2025, uma escola de educação básica
indígena e uma escola quilombola com professores capacitados. Além de equipar
bibliotecas de escolas da rede estadual com acervo de livros paradidáticos com
a temática indígena e quilombola.
O Superintendente de Educação
Básica da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Carlos Alberto Pereira,
destacou durante a reunião de planejamento a importância da produção de
material didático específico para os estudantes indígenas e quilombolas e
afirmou que a implantação das escolas será um processo de aprendizado tanto
para equipe de educação quanto para os estudantes.
“Essa escola que está se
pensando aqui, é uma escola que vai ensinar para nós muita coisa, como vamos
sistematizar a escola, como vamos pautar o funcionamento. E é muito importante
esse processo interculturalidade. O índio quer ser índio, mas ele quer ter
acesso à tecnologia, ele quer conviver com o mundo de todo mundo”, ressalta
ele.
“É de competência do Estado
ofertar essa educação indígena e quilombola e faz-se necessário colocarmos em
prática essa proposta de planejamento, dado o ganho importante que é poder
credenciar essa educação escolar e trazer o resgate e a valorização cultural”,
complementa o secretário de Estado da Educação, Ellen Gera.