“Como professora, sempre gostei de trabalhar a autoestima dos meus alunos, pois acredito que a valorização daquilo que fazemos é muito importante para dar um passo à frente com mais estímulo. Mas como colocar em prática esse desejo se o momento não nos permitia estar em consonância em uma sala de aula? Que estratégias seriam certeiras para que nossa participação se tornasse concreta?”

O trecho acima é parte do relato da Maria Dionésia Santos da Silva, professora de Língua Portuguesa do CETI Severo Maria Eulálio, em Santa Cruz do Piauí. Ela teve seu relato da preparação para a Olímpiada Brasileira de Língua Portuguesa, intitulado “Eu de cá, eles de lá”, publicado como artigo pela Revista Educação Pública, do Rio de Janeiro. 

A professora trabalha há 14 anos como docente do CETI Severo, mas já atua há mais de 23 anos na educação municipal. Ela conta que o seu lema sempre foi “semear a leitura e vender sonhos através da motivação, do incentivo e incutir na cabeça do aluno que eles são capazes de vencer na vida”. 

“Sempre trabalhei com meus alunos para as olímpiadas, mas nunca um relato meu teve um alcance nacional. Eu recebi a informação por e-mail que ele seria publicado em uma revista nacional”, disse Dionésia, completando: “Além de ser professora, eu sou escritora”.  Além de escrever poemas e contos, ela resolveu escrever seu relato durante o preparo dos estudantes para as etapas das olimpíadas, que aconteceu durante o período mais crítico de isolamento social da pandemia. 

Em um dos trechos do seu relato ela fala sobre o desafio, naquele momento, de levar educação aos seus alunos. “Mesmo assim, veio até nós esse grande desafio de, mais uma vez, trabalhar esse projeto com nossos alunos, nós de cá e eles de lá. Então, surgiu a necessidade de nos reinventarmos com um planejamento que fosse inovador e ousado, com o objetivo de estimular a leitura e a escrita dos alunos, levando-os a vivenciar, de maneira diferente, o papel de observador, pesquisador, leitor e escritor de artigos de opinião com base em situações-problema do seu cotidiano, mesmo de forma remota”, relatou. 

Jurisdicionada à 9ª Gerência Regional de Educação (GRE), da região de Picos, a escola onde a professora trabalha, em Santa Cruz do Piauí, atende 235 estudantes, do Ensino Fundamental II e Ensino Médio Integral, e todos puderam participar das olimpíadas. A gestora da escola, Valdenir Maria Pacheco, fala que foi um momento de grandes desafios e descobertas para todos que fazem parte da instituição. 

“Confesso que não foi possível cumprir completamente os objetivos desejados, mas chegou-se a um produto final que culminou em belos textos, contribuindo positivamente no aprendizado da maioria dos alunos e, de certa forma, das suas famílias, que, mesmo distantes da escola, encontraram forças para escrever as belezas e dificuldades do lugar onde vivem”, disse Maria, em um dos trechos finais do seu relato. 

Acesse a Revista Educação Pública e confira o artigo completo “Eu de cá, eles de lá”:  https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/22/28/eu-de-ca-eles-de-la